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domingo, 4 de março de 2012

Independência Cultural

O músicos baianos e pernambucanos possuem mercado interno para seus trabalhos e não precisam mendigar espaço na Globo ou em qualquer outro veículo midiático nacional. As rádios e TVs locais divulgam e prestigiam as pratas da casa, reservando espaços e programas para os artistas. Não raro, algum desses artistas caem nas graças da grande mídia e parecem ter sido "descobertos". A verdade é que eles já eram ativos em suas regiões devido a independência cultural que é alcançada pela valorização das coisas suas: da cultura, da música, do teatro, da arte em geral. Chico Science e Ivete Sangalo não apareceram da noite para o dia como a Globo pretende mostrar, tampouco foram descobertos por ela. Estes artistas já possuíam vasta atividade cultural em seus Estados e regiões e já dispunham de respeito, prestígio e mercado.

Outro fator importante é que nas regiões a valorização é por igual, não importando o estilo do artista. Na Bahia, por exemplo, ao contrário do que se pensa, não há só espaço para o samba-reggae e o axé, isto é o que a grande mídia quer impor. Há bandas de rock, reggae, MPB, regional, folclore e todos com espaço. Em Pernambuco, as rádios locais possuem programas de rádio para apresentar aos ouvintes as novidades feitas pelos artistas do Estado. Festivais e programas de TV são feitos com a intenção de valorizar o compositor pernambucano. Geraldo Azevedo foi durante muito tempo apresentador de um programa de TV no Recife que trazia artistas de todo o Estado para a divulgação de seus trabalhos. No programa ele mesmo, o Geraldo, cantava as composições que hoje estão na boca do povo brasileiro.

Por que que estou dizendo tudo isso? porque acho que meu Estado, o Rio Grande do Norte, ainda está anos luz de distância atrás da Bahia e de Pernambuco no quesito Independência Cultural.

Por Arcesio Andrade.

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